Por muitas vezes, o crowdfunding é visto como uma simples "vaquinha", termo reducionista utilizado frequentemente pela mídia, algo trivial que antes ocorria presencialmente - como quando um grupo de amigos se unia para ajudar uma causa ou comprar um presente de casamento, por exemplo. Embora seja compreensível o paralelo traçado entre as "vaquinhas" e o crowdfunding, o último tem impacto muito maior e diferenças significativas.
Uma das diferenças mais claras é que no caso das "vaquinhas" você está se unindo com outras pessoas para proporcionar algo à outra pessoa/organização. Você não ganha nada com isso. No crowdfunding você geralmente recebe alguma recompensa, seja o produto ou algum destaque nas redes da empresa. No caso do crowdfunding de investimento, as vantagens vão além: você recebe ações da empresa, que podem valorizar significativamente a médio e longo prazo.
Quanto ao impacto, o crowdfunding abrange, em geral, um número bem maior de pessoas. Isso faz com que seu produto/serviço seja conhecido por um número superior de compradores/interessados. Seja através do contato direto com a campanha de crowdfunding ou pelo impacto na mídia causado pela captação de recursos. Não é incomum que empreendedores que utilizaram o crowdfunding exaltem o âmbito midiático do modelo.
Mas, ainda há um impacto maior causado pelo crowdfunding: a democratização no acesso a recursos. O acesso à capital de risco tradicional ainda é muito restritivo e exclusivista. Em geral, grandes investidores e fundos não se interessam por empresas em fase muito inicial.
Segundo Katherine Krug, fundadora e CEO da BetterBack, capitalistas de risco costumam considerar empresas de US$ 100 milhões, US$ 500 milhões e US$ 750 milhões verdadeiros fracassos do mundo dos negócios. Isso acaba dificultando o financiamento de boas ideias que ainda não atingiram esse patamar para atrair a atenção de grandes players.
E é aí que entra o crowdfunding. O modelo é ideal para aqueles empreendedores que conseguiram levantar apenas uma pequena parte dos recursos necessários para colocar suas ideias em prática. Na prática, o crowdfunding remove as barreiras que impediam a obtenção de recursos para muitos empreendedores. Katherine ressalta que isso é especialmente libertador para mulheres e outros grupos não representados pelo empreendedorismo.
Além disso, diferente do investimento tradicional, onde você tem que agradar os investidores/acionistas, no crowdfunding as únicas pessoas que o empreendedor precisa convencer e satisfazer são seus futuros consumidores. Mesmo no crowdfunding de investimento, onde há um interesse na valorização dos papéis da empresa, o sentimento em geral é de orgulho pela empresa estar ofertando um serviço/produto inovador e nem tanto em estar atraindo os olhos de grandes investidores que possam se interessar em comprá-la.
Katherine teve todos esses insights ao comandar uma campanha muito bem sucedida no Kickstarter, uma plataforma de crowdfunding internacional. A BetterBack, empresa fundada por ela, desenvolve soluções que ajudam com dores nas costas e má-postura. A solução arrecadou mais de US$ 1 milhão no Kickstarter e, ao total, mais de US$ 3 milhões em investimento através de crowdfunding.
Para Katherine, o crowdfunding se tornou a rota ideal para captar recursos, vender produtos e interagir com seus consumidores/apoiadores. Segundo ela, a alternativa viabiliza companhias que respeitam a cultura de trabalho ao invés de valorizar apenas aquelas que perseguem o capital de risco.
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