INVESTIR EM STARTUPS ATRAVÉS DE PLATAFORMAS DE INVESTIMENTO DÁ LUCRO?

- Publicado originalmente na StartSe

Investimentos em startups ainda constituem um nicho muito pequeno dentro do mundo dos investimentos. O acesso é difícil, os valores mínimos altos e, por isso, poucos investidores possuem startups em suas carteiras. Em um nicho ainda menor, o investimento em startups através de plataformas de investimento, vêm ganhando força. 

Com menos barreiras de entrada, a modalidade cresceu 21% no Brasil, segundo levantamento da CapTable - R$ 44 milhões através da modalidade em 2020, comparado a R$ 36 milhões em 2019 -  crescimento superior ao do mercado total de Capital de Risco no país (17%).

Ainda que o mercado tenha demonstrado resiliência, crescendo mesmo em um ano atípico, ainda há muito espaço para ser conquistado. Em outros países a modalidade já é mais estabelecida e gera bons resultados para os investidores. Abaixo, separamos três casos de startups que fizeram captações através de plataformas de investimento e seus resultados:

Revolut

A Revolut, uma fintech inglesa, já realizou duas rodadas de captação através de plataformas de investimento e, desde a primeira rodada, em 2016, até hoje, teve crescimento de quase 100X do seu valuation, hoje fixado em 5,5 bilhões de dólares. Da primeira rodada até a startup se tornar unicórnio houve um crescimento de 29x do valuation. Para os investidores da primeira rodada de captação isso significa que seus investimentos valorizaram 1.900% em apenas dois anos!

Cruise Automation

A Cruise Automation é uma startup que desenvolve tecnologia para carros autônomos, fundada em 2013, a empresa recebeu US$ 200 mil em aportes feitos através de uma plataforma de investimento em duas rodadas de captação. Em 2016 a General Motors comprou a empresa por mais de US$ 1 bilhão. Isso significa que, para os investidores da plataforma, houve uma valorização de 1.011% dos seus investimentos.

Mindful Chef

A Mindful Chef é uma startup de delivery de refeições saudáveis que recebeu investimentos de 638 pessoas através da plataforma inglesa Crowdcube em 2017. Em 2020, ela foi adquirida pela Nestlé e gerou retorno de 350% aos investidores da plataforma.

Investimentos em startups são investimentos de longo prazo e, geralmente, levam de 7 a 10 anos para dar retorno aos investidores. Porém, em outros países com mercado de investimento em startups mais maduros, há a possibilidade de ofertar as ações no mercado secundário, isso significa que aqueles investidores que desejarem liquidar seus investimentos em uma determinada startup podem vender suas ações para outros interessados.

No Brasil, há expectativa de que o mercado secundário seja regulamentado ainda neste semestre, possibilitando que plataformas de investimento, como a CapTable, ofereçam um ambiente para negociação dessas ações e aumentando as opções de liquidez para o investidor.

Com esse avanço, o cenário de investimento em startups no Brasil deve ter um avanço ainda mais significativo neste ano. Mesmo com a regulamentação do mercado secundário, as ofertas públicas das plataformas devem atrair o maior número de investidores, já que o preço ofertado nas ofertas públicas assemelham-se aos IPOs da Bolsa: são, provavelmente, o momento em que o preço do lote de ações das startups será mais baixo. 

Ainda, startups possuem maior probabilidade de multiplicar o valor investido em pouco tempo e aqueles que adquiriram ações na primeira oportunidade realizarão lucros com a venda dos lotes para quem decidir esperar para comprar no mercado secundário.