Talvez você nunca tenha ouvido falar sobre telemedicina, mas o modelo já é muito utilizado em países como o Reino Unido. Embora haja uma resistência inicial na adoção do modelo, especialmente pela falta de exame físico que a consulta presencial proporciona, a modalidade ganha adeptos e defensores com o tempo. No Reino Unido, o número de pessoas beneficiadas pela telemedicina já supera 1.7 milhão de pessoas.
A telemedicina nada mais é que a consulta médica remota, mediada por tecnologias, com médico e paciente localizados em diferentes espaços geográficos. Em muitos casos é possível diagnosticar/tratar o paciente sem a necessidade de uma visita presencial, o que economiza tempo, gastos com deslocamento e o acúmulo de pessoas em salas de espera lotadas.
No Brasil, a regulamentação do modelo começou a ser discutida em 2018 e em 2019 entrou em prática. A resolução nº 2.227/18, publicada pelo Conselho Federal de Medicina, também estabeleceu diretivas em relação ao telediagnóstico e teletriagem. Estas últimas, são de vital importância no atual momento em que vivemos.
Além de possibilitar um desafogamento do sistema de saúde, a telemedicina permite que haja menor contato entre pessoas infectadas pelo novo coronavírus e aquelas com falsas suspeitas. Em um cenário onde a telemedicina não existisse, pessoas não-contaminadas poderiam se infectar ao ir presencialmente até um consultório/hospital para se diagnosticar.
Neste sentido, o Barracão Digital foi criado: com a intenção de evitar visitas presenciais desnecessárias nesse momento de pandemia. A plataforma permite que médicos voluntários criem grupos de teletriagem em suas cidades ou bairros, a intenção é tornar o teleatendimento possível e adaptável às necessidades específicas de cada região. Cada barracão pode economizar até R$16 mil reais em serviços hospitalares e reduzir em 576 o número de possíveis infectados.
A iniciativa tem sido destaque na mídia, com matérias publicadas pela Zero Hora e pelo G1 - além de ser mencionada em jornais televisivos do Rio Grande do Sul. A matéria da ZH menciona que já há 18 médicos da capital do estado cadastrados na plataforma e que mais de 80% dos casos de covid-19 não necessitam de internação hospitalar. A notícia do G1 explica que a ideia é que os barracões online sejam independentes, com gestão de equipe próprias e um mínimo de 5 médicos para começar atendimento em uma determinada região geográfica.
A iniciativa ainda esclareceu em entrevista ao G1 que, quando observado um quadro de maior gravidade, é enviado um kit com aparelhos para que a pessoa possa verificar a temperatura, taxa de oxigenação e pressão sanguínea. Isso permite aos médicos de um barracão obterem um telediagnóstico mais preciso.
O custo da entrega desses kits e de operação dos barracões é coberto por doações. O Barracão Digital pretende expandir a cobertura para outros estados e busca apoiadores através da plataforma CapTable | MVP. A partir de R$10 você pode colaborar com o projeto com recompensas variadas para aqueles que contribuírem a partir de R$1000. Juntos podemos contribuir para evitar o avanço do novo coronavírus e apoiar essa ideia inovadora que pode auxiliar o país a atravessar esse momento crítico.