- Postado originalmente na StartSe.
Sete em cada dez brasileiros já possuem conta bancária em uma fintech, segundo pesquisa da Quanto em parceria com a Constellation. Mas, o impacto das fintechs vai muito além da oferta de contas bancárias digitais, descomplicadas e com taxas menores. Os serviços oferecidos pelos bancos tradicionais vêm ganhando opções equivalentes dentro das fintechs, oferecendo produtos melhores, mais baratos e, consequentemente, mais fáceis de serem acessados por todos.
A democratização causada pelas fintechs significa que agora aqueles que não tinham um relacionamento próximo com o gerente do banco, não possuem grandes quantias investidas em uma instituição ou não contratam seguros e previdência, possuem acesso aos produtos que antes eram exclusivos para esses clientes.
Para os empreendedores, as fintechs de crédito são uma maneira de garantir que o negócio supere crises eventuais, consiga capital para acelerar o crescimento, desenvolver novos produtos ou expandir a base de clientes. Geralmente, as fintechs oferecem esse tipo de crédito a taxas menores que as praticadas pelos grandes bancos. Cada uma oferece produtos de crédito adequados para diferentes necessidades.
Da mesma forma que os desbancarizados acessaram serviços financeiros pela primeira vez através de fintechs, a tendência de PMEs acessarem crédito através delas é crescente. Pelo menos 25% das PMEs já possuem algum tipo de relacionamento com fintechs, segundo a consultoria EY.
Ainda há muito espaço para conquistar e, por isso, cada vez mais fintechs oferecem seus produtos para empresas de diversos tamanhos e segmentos. A tendência é de hiperespecialização, com diferentes fintechs focando em diferentes públicos ou setores.
Por exemplo, há fintechs de crédito para agronegócio (TerraMagna, Traive), indústria (Weel, Cacau Crédito), saúde (Medicinae Solutions), MEIs (Baduk) e público de baixa renda (SuperSim e Jeitto).
O open banking deve acelerar ainda mais o crescimento e a proliferação de diferentes fintechs para soluções específicas para cada segmento do mercado de crédito. Em julho a segunda fase de implementação entra em vigor, quando consumidores poderão solicitar o compartilhamento dos seus dados entre as instituições participantes - dados cadastrais, informações sobre transações, cartões de crédito e produtos de crédito serão compartilhados para garantir igualdade de informações entre diferentes instituições.
A fase três, programada para entrar em funcionamento no final de agosto, englobará os serviços de pagamentos e de encaminhamento de propostas de crédito, simplificando a construção de parcerias entre diferentes instituições,viabilizando maior fluxo de clientes para as pequenas e médias empresas, o que deve expandir a oferta de agregadores financeiros.
Entender a hiperespecialização do mercado de fintechs - especialmente as de crédito - é essencial para conhecer as melhores opções para cada tipo de cliente e negócio. Conseguir crédito com taxas atrativas é tarefa complicada para empreendedores menores, que ainda sofrem com a falta de interesse por parte dos bancos tradicionais em oferecer crédito a eles.
Com a implementação do open banking no Brasil, o acesso aos dados dos clientes ficará sob responsabilidade deles. Se optarem, podem compartilhar seu histórico financeiro de uma instituição com outra, criando maior democratização de acesso e possibilitando o surgimento de opções cada vez mais especializadas de acordo com suas necessidades.