startups brasileiras atingem R$ 11 bilhões em investimentos no primeiro trimestre - conheça as tendências

startups brasileiras atingem R$ 11 bilhões em investimentos no primeiro trimestre - conheça as tendências

- Postado originalmente na StartSe.

As startups brasileiras atingiram R$ 11 bilhões (US$ 1,9 bilhão) em aportes somente no primeiro trimestre de 2021. O volume expressivo de investimentos é reflexo da maior maturidade do ecossistema, com mais startups em estágios avançados, atraindo aportes maiores.

 

UNICÓRNIOS EM DESTAQUE

Os aportes maiores combinados representaram 62% do valor aportado em startups em 2021. Nubank, MadeiraMadeira, Loggi e Loft - responsável pelo maior investimento da história no Brasil (US$ 425 milhões) - levantaram US$ 1,2 bilhãoem suas rodadas de captação. As quatro startups já atingiram o status de unicórnio, como são conhecidas as startups com valor de mercado superior a US$ 1 bilhão, demonstrando a relevância da contribuição das startups mais maduras no volume investido no trimestre.

Além dos 4 aportes maiores, outros 151 aportes ocorreram no trimestre. Destes investimentos menores, outro unicórnio se destacou: a Hotmart captou US$ 125 milhões em março. Também houve investimentos significativos em startups que ainda não são unicórnios, como: Vórtx e FitBank, Open Co. (Geru e Rebel) e Nuvemshop.
 

FUSÕES E AQUISIÇÕES

As fusões e aquisições (M&A) também estão em alta. O Brasil já registra 56 transações do tipo em 2021, número que está próximo de superar o total registrado em 2019, quando 64 M&As foram realizados. Os três setores que mais apresentaram esses movimentos foram:  RetailTech (16%) FinTech (14%) e T.I. (12%). A Locaweb foi a empresa que mais anunciou aquisições nesse primeiro trimestre de 2021, seguida por Nuvini, Magalu, Sinqia e Boa Vista.

A aquisição com maior destaque do trimestre foi a compra da RD Station pela Totvs, mas outras aquisições e fusões também chamaram atenção: a fusão de Geru Rebel, que juntas criaram a maior fintech de crédito sem garantia do Brasil, a compra da Kinvo pelo BTG Pactual e a aquisição da Pavarini pela Vórtx, movimento relevante pois é um caso de uma startup (Vórtx) realizando aquisição, o que indica que o mercado está amadurecendo e agora indica tendência de consolidação.

 

INVESTIMENTOS-ANJO

Os investimentos-anjo, como é chamado o investimento realizado por uma pessoa física ou jurídica que investe seu próprio capital em startups, feitos por associados de um grupo de anjos ou individualmente, deve retomar o ritmo de crescimento. Em 2019, a modalidade investiu R$ 1 bilhão, porém, em 2020, houve queda nos investimentos desse tipo - criando uma lacuna de março a junho.

Segundo Cássio Spina, fundador e presidente da Anjos do Brasil, a expectativa é que esse tipo de investimento volte à casa de R$ 1 bilhão investidos ao ano. Ainda há muito espaço para crescimento: os brasileiros investem 1% do valor investido nos EUA através de investimento-anjo. 

Além dos grandes fundos de investimento, os investidores-anjo têm papel fundamental nos investimentos em startups: os investidores-anjo possibilitam o início da operação das startups, com cheques menores do que os fundos costumam aportar. Há, portanto, uma relação complementar que possibilita a operação inicial e crescimento posterior das startups.

 

PLATAFORMAS DE INVESTIMENTO

As plataformas de investimento em startups também operam em uma etapa em que as startups ainda não requerem investimentos tão volumosos. Assim como os investidores-anjo, as plataformas possibilitam o investimento em fases iniciais de operação de uma startup. Porém, diferentemente dos investimentos-anjo, há menos barreiras de entrada e, portanto, possibilita que ainda mais pessoas sejam sócias de startups.

Segundo levantamento da CapTable, a modalidade também vem apresentando crescimento: o valor investido através das plataformas em 2020 foi 22% superior ao de 2019. Para 2021, a tendência é crescer ainda mais - a CapTable, por exemplo, pretende captar investimento para 40 startups em 2021, comparado a 11 em 2020.

 

TENDÊNCIAS

O ritmo de crescimento do mercado deve se manter, além do número de startups em estágios mais avançados continuar crescendo no Brasil, o aumento dos investimentos-anjo e dos investimentos através de plataformas deve impulsionar o crescimento do setor. Outro catalisador do crescimento é a pandemia, startups naturalmente possuem base tecnológica e resolvem muitas dores que foram escancaradas pelo período.

Startups dos segmentos de healthtech (saúde) e edtech (educação) já demonstram os efeitos da pandemia no setor - edtechs cresceram de R$ 63,8 milhões investidos no primeiro trimestre de 2020 para R$ 1,26 bilhão nos primeiros três meses de 2021; healthtechs receberam 337% mais investimentos em 2021.

O segmento campeão de investimentos, no entanto, continua o mesmo: as fintechs são o segmento com maior volume de investimentos no trimestre. O crescimento também continua sendo destaque: o setor recebeu aportes que somados totalizam R$ 3,3 bilhões no trimestre, volume seis vezes maior que o de um ano atrás.